sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Projecto alemão “Frigate F125″


A situação nos mares da Somália indica que as marinhas de guerra moderna não estão capacitadas para lidarem com este tipo de ameaças. Este fenómeno estipulou a necessidade de se construírem novas gerações de novos navios de guerra. Uma das propostas actuais é a fragata alemã F125, concebida para missões internacionais a longa distancia executadas a curtas distancias da costa. Ou seja, o tipo de navios perfeito para “missões de estabilização” que agora proliferam pelo mundo fora…
A proposta alemã consiste num navio capaz de operar fora do seu porto durante mais de 2 anos, durante os quais se mantém no mar em mais de 60% do tempo. Tal feito depende em muito de uma propulsão CODAG (COmbined Diesel-electric And Gas), silenciosa e que gera mais de 12 mil kW e leva o navio a velocidades máximas de 20 nós, reforçadas quando se liga a turbina a gás LM2500 levando o navio aos 26 nós. Todo o sistema de propulsão é “dual”, isto é, existe num sistema duplo, totalmente redundante, em que um funciona completamente independente do outro, garantindo uma melhor sobrevivência em caso de danos ou avarias.
A tripulação do navio será substituída regularmente, sem que a fragata deixe a sua zona de actividade. A tripulação será de apenas 120 marinheiros, bastante menos que muitos navios com idênticas capacidades.
A fragata terá um radar active phased array, dividido também ele – como tantos sistemas no navio – entre duas unidades. Vários sistemas electro-ópticos serão utilizados para vigilância passiva a curta distância.
O armamento principal será constituído por um canhão de 127 mm Otto Melara com um alcance de até cem quilómetros gerido por um sistema de controlo de tiro muito avançado ATLAS. O navio será também equipado por mísseis GPS Harpoon Block II. Em termos defensivos, a fragata será equipada por duas estações MK44 anti-misseis, aviões e helicópteros e 5 canhões Mauser’s 27mm MLG controlados remotamente e mais 5 Otto Melara’s de 12.7mm/.50 Hitrole-NT RWS, armas perfeitas para o tipo de ameaças que a pirataria moderna coloca.
Ao contrário de todos os outros tipos de fragatas da actualidade, a F125 foi concebida para transportar um corpo permanente de fuzileiros, 50, para ser mais exacto, assim como dois helicópteros NH90 e dois ou quatro pequenos barcos armados. De novo, o tipo de meios perfeitos para serem usados num cenário como o Somali…
A primeira F125 deverá ser entregue em 2014, com a quarta e última unidade construída até 2017. A fragata alemã é o primeiro navio da sua classe construído para o tipo de missões de paz que hoje são (infelizmente) muito comuns pelo mundo fora e que não foi criado a pensar no tipo de ameaças convencionais (submarinas ou de superfície) da Guerra Fria, mas ameaças assimétricas como aquelas que são comuns hoje nos mares da Somália.
Felizmente que nem todos os países têm a mesma mentalidade que Portugal e optam por construir navios decentes para as suas marinha, enquanto que por cá, é a merda que se vê...

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