sábado, 7 de abril de 2012

Portagens: Revolta e criticas ao sistema de cobrança nas SCUT marcam entrada de espanhóis em Portugal

Promessas de não regressar mais a Portugal e críticas ao sistema de cobrança foram alguns dos lamentos dos turistas espanhóis na fronteira junto à Ponte Internacional de Guadiana, no Algarve, quando tentavam pagar as portagens da Via do Infante (A22).

Esta tarde, dezenas de turistas tinham os carros parados junto ao posto de venda que a Estradas de Portugal colocou no posto de fronteira de Castro Marim/Ayamonte. E, apesar de estar presente um funcionário da empresa, no âmbito de um reforço da presença nas zonas fronteiriças localizadas perto de antigas SCUT, as queixas sucediam-se.

"Isto é terrível. Não percebo porque não põe alguém a receber o dinheiro quando as pessoas passam. Este sistema não faz sentido", disse à Lusa Lola Redondo, espanhola residente em Sevilha e que estava a entrar em Portugal para passar umas férias de cinco dias em Lagos, referindo-se ao
sistema de portagens electrónicas introduzido na Via do Infante (A22), uma das antigas SCUT que começou a ser paga em Dezembro.

Outra razão de queixa prende-se com a obrigatoriedade de comprar um bilhete válido por três dias, uma vez que Lola Redonda irá passar cinco no Algarve e a validade iria caducar.

"Só podemos comprar bilhetes de três dias, mas são consecutivos. Nós vamos estar cinco em Lagos, como é que vamos fazer quando regressarmos",
questionou a sevilhana de 60 anos, que estava acompanhada por mais quatro pessoas.

Lola Redondo lamentou ainda a falta de locais para compra de títulos para viajar nas antigas SCUT, porque "só podem ser comprados na
fronteira e na área de serviço de Olhão, que fica a muitos quilómetros" de Lagos.

"Se comprar um de três dias vou perder o dinheiro e depois não há outro sítio onde possa comprar. Isto está a prejudicar o turismo. Conheço
pessoas que vinham muitas vezes e deixaram de vir. E eu também vou fazer o mesmo", acrescentou.

Enquanto esta espanhola falava com a Lusa, muitos outros chegavam ao posto de fronteira e colocavam questões ao funcionário da Estradas de Portugal, mas as respostas deixavam-nos incrédulos e sem saber o que fazer, porque consideram que o sistema é demasiado complicado.

“Como é que nós pagamos? Eu vou a Faro, ao aeroporto, como é que faço?" - questionou Fernando Gonzalez, de Huelva, aos compatriotas, que pouco sabiam responder.

Carmén Figuera, de Cartaya, queixou-se também da falta de máquinas para a venda de títulos, porque no local só existe uma e a fila ia adensando-se à
medida que os carros iam chegando e parando junto ao posto de venda da Estradas de Portugal.

"Escreva aí que têm que pôr mais máquinas, estas não chegam", disse.

Carlos Castro, de Villablanca, também estava no dilema de adquirir um título de três dias que iria caducar antes do seu regresso de férias em Albufeira: “isto é incrível. Não se entende nada e assim não volto mais".
in Região Sul 05-04-2012

Boa Sr. Ministro está realmente a conseguir matar o turismo de Portugal, mais valia pôr os militares nas fronteiras a disparar em quem queira cá entrar para passar férias!!!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dimitris Christoulas


“O Governo de Tsolakoglou (referência ao primeiro-ministro grego que durante a guerra, em 1941, colaborou com a ocupação nazi do país) aniquilou toda a possibilidade de vivência para mim, que se baseava numa pensão muito digna que eu paguei por minha conta, sem nenhuma ajuda do Estado, durante 35 anos. E, dado que a minha avançada idade não me permite reagir de outra forma (ainda que se um compatriota grego pegasse numa kalashnikov, eu o seguiria), não vejo outra solução que por fim à minha vida desta forma digna para não ter que terminar remexendo nos caixotes de lixo para poder subsistir. Creio que os jovens sem futuro empunharão algum dia as armas e enforcarão os traidores deste país na praça Syntagma, como os italianos fizeram com Mussolini em 1945″.
Esta é a nota de suicídio que, segundo Athens News, deixou Dimitris Christoulas, o reformado que se suicidou com um tiro ontem na praça Syntagma de Atenas.

Absoluto descaramento

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, rejeitou esta quinta-feira de manhã qualquer contradição com o primeiro-ministro sobre a reposição dos subsídios de Natal e de férias.

“Dizer que a suspensão se mantém durante a vigência do programa de ajustamento, que acaba em 2014, é o mesmo que dizer que são retomados em 2015”, afirmou o ministro no Parlamento.

No debate parlamentar sobre o Orçamento Rectificativo, BE e PCP confrontaram o ministro com a aparente contradição entre as declarações de ontem do primeiro-ministro – que remeteu a reposição dos subsídios para 2015 – e o compromisso assumido ontem por Vítor Gaspar e até anteriormente quando esses cortes foram anunciados.

Honório Novo, da bancada comunista, acusou mesmo o ministro das Finanças de “desmentir e de contrariar o primeiro-ministro”. Pedro Filipe Soares, pelo BE, sublinhou que Vítor Gaspar já hoje “deu o dito pelo não dito”.

É que momentos antes, o ministro das Finanças, na sua intervenção inicial, garantiu que há uma “suspensão temporária dos subsídios de Férias e de Natal [para funcionários públicos e reformados] até ao final do Programa de Ajustamento”. E sublinhou que “esta é a posição que o Governo tem e sempre teve”.

“Absoluto descaramento”

“O que acabou de dizer é de um absoluto descaramento”, respondeu a deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes, acrescentando que “o Governo não tem legitimidade para fazer dos portugueses tolos”.

A deputada recordou que “as televisões lembraram ontem que o ministro disse que os subsídios de férias e de Natal eram para cortar em 2012 e 2013”, e que depois o Governo começou a falar “no final do programa de ajustamento” e que agora o primeiro-ministro “diz que é em 2015, e com a novidade de ser a prestações”. Apolónia pediu mesmo que o Governo assumisse que mentiu ou que "aldrabou".

Paulo Sá, do PCP, lembrou por seu lado que o ministro tinha dito “inicialmente que os subsídios seriam suspensos em 2012 e 2013” e que a discussão parlamentar do Orçamento para este ano “foi feita com base nesta suposição e o ministro nunca disse que não era assim. Como vai ser?”, rematou.

Quando se mente descaradamente, a última versão da mentira já não dá com a primeira... Nisto de mentiras, o sr. Gaspar tem um excelente professor...

O FMI está triste

O FMI está "triste". "Ficámos profundamente tristes", afirmou o porta-voz da instituição a propósito do suicídio, diante do Parlamento grego, de um reformado que viu a sua pensão, para a qual descontou toda a vida, ser "aniquilada" (as palavras são suas numa nota que deixou) pelo "governo de ocupação" grego de que faz parte o FMI e que, como em Portugal, a troco de empréstimos para salvar a banca responsável pela crise exigiu - e o governo grego, como o português, obedeceu - medidas de austeridade sobre os mais pobres, que semearam o desemprego, a miséria e a desgraça no país.

No mesmo dia, o mesmo FMI pediu ao Governo, ao patronato e à UGT (e os pedidos do FMI são ordens no protectorado em que Portugal, tal como a Grécia, se tornou) "mais flexibilidade salarial", o que, em "economês", significa ainda maiores cortes nos salários. Isto enquanto foi avisando que é "bem possível" que a receita da "troika" (austeridade, austeridade, austeridade) possa levar o país a "uma recessão mais profunda do que a prevista", e logo dando a solução: mais austeridade ainda. A contar com isso, acena no mesmo comunicado com a aprovação de uma nova tranche de empréstimo, no valor de 5170 milhões de euros.

E, quando algum reformado ou algum desempregado português fizer o que fez o reformado grego para não ter que, como ele, "procurar que comer no lixo", o FMI ficará "triste". Porque, para o FMI, é melhor a morte lenta.

Estes são mais outra cambada de filhos da puta que deveriam morrer com um tiro nos cornos!!!

Bastonadas e brutalidade

Os incidentes entre a polícia e alguns manifestantes na zona do Chiado, por altura da última greve geral, foram investigados e o governo acabou por afirmar que em geral a actuação da polícia foi correcta e apenas relevou o caso dos jornalistas agredidos, como passíveis de algum excesso.

É lamentável que apenas tenham sido tidos em conta os casos que envolveram os dois jornalistas, exactamente por serem jornalistas, e não por um óbvio excesso por parte dos agentes que se vêem nas imagens, independentemente de tudo o resto.

O que esteve completamente deslocada foi a afirmação atribuída ao ministro da Administração Interna segundo o qual os incidentes teriam sido planeados por radicais. Juntando isso a uns rumores segundo os quais a polícia esperava incidentes greves nesse dia, temos o caldo de instabilidade em que os agentes terão actuado.

A miséria nunca foi boa conselheira, e já há muita gente que pouco ou nada tem a perder, pelo que não será com repressão ou à bastonada que se irão resolver os problemas.

Desemprego Jovem

O desemprego jovem não dá sinais de abrandamento em Portugal. Em Fevereiro cresceu para 35,4%, um novo máximo histórico ...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Golpe de Estado em Portugal?



Há cerca de duas horas, a hashtag #prayforportugal passou a trend no Twitter. Para os menos envolvidos no mundo dos tweets, isto significa que a insígnia #prayforortugal passou a assunto do momento. Em todo o Twitter. Por todo o mundo.

E tudo porque, ao que parece, estava a decorrer em Portugal um golpe de Estado e ninguém sabia disso. Houve quem mostrasse entradas da Associated Press e do El País que noticiavam que, por exemplo, Cavaco Silva dissolvera o Parlamento e que os tanques militares tinham invadido Lisboa. «Afinal, tanques só em Benfica, quietinhos, aqueles de lavar a roupa» foi uma das piadas correntes.

No Twitter a confusão instalou-se, entre os que sabiam tratar-se de uma grande mentira e os que julgavam estar prestes a ter de barricar-se nas suas casas. Pelo Facebook, já havia quem acreditasse, e críticas choveram aos meios de comunicação nacionais portugueses e espanhóis, acusando-os de censurar o golpe de Estado. O El País rapidamente fez desaparecer a notícia de todos os seus meios de informação.

Os twitteiros espanhóis afirmaram ter visto aviões sobrevoar Salamanca e o som de bombas vindo do lado de cá da fronteira. A pouco e pouco, isto é, no espaço de duas horas, centenas e centenas de utilizadores do Twitter estavam envolvidos nesta onda gigantesca, neste boato, que veio sem avisar e que mostrou ao mundo inteiro a verdadeira força dos agentes sociais em rede.

#thanksforpraying é a hashtag que agora sucede ao boato.