
Mais uma vez, chegaram através da comunicação social, fantásticas notícias da descoberta de mais um fabuloso tesouro subaquático, desta vez associado a uma nau portuguesa.
Apesar de apenas terem sido encontradas algumas madeiras, e nenhum tesouro, a informação que foi posta a circular identifica, de imediato, um navio português específico, a nau Rainha dos Anjos que, logo por acaso, transportava nos seus porões um tesouro avaliado em 670 milhões de euros.
Naturalmente que, para o descobridor (o qual, segundo se sabe, fez a descoberta quando procurava um hélice caído de um rebocador), a possibilidade de se tratar dessa nau, que se afundou a 17 de Julho de 1722 frente à baía da Guanabara na costa do Rio de Janeiro, é fascinante.
O navio, que viajava de Macau para Lisboa, entrou a 15 de Maio desse ano, após 5 meses de viagem, no porto do Rio de Janeiro, fundeando nas proximidades da Ilha das Cobras. A bordo vinha um representante do Papa, que tinha sido recebido pelo imperador da China e regressava à Europa com diversos presentes para o Papa e para o monarca português, D. João V.
O navio, com 54 peças de artilharia e com mais de 300 pessoas embarcadas, por razões desconhecidas, explodiu cerca de um mês depois de ter chegado, tendo-se partido em dois.
De acordo com uma relação da carga, descoberta em 1963 por um tal George Loehr, entre esta encontravam-se 128 vasos de porcelana, uma caixa esmaltada, 10 vasos esmaltados e 138 ou 136, segundo outras fontes, vasos de "vidro de Pequim", dos quais actualmente apenas existe um no Museu Imperial da China.
Nem o descobridor nem a comunicação social mencionam que esta nau terá sido salvada por um tal Jorge Mainarte, entre 22 de Julho de 1722 e 24 de Junho de 1724, segundo informação do investigador Paulo Monteiro, desconhecendo-se, portanto, que carga ainda permanecerá nos seus porões.
Ficaremos a aguardar desenvolvimentos acerca desta descoberta, em particular os testes às madeiras, que foram solicitados, e da actuação das entidades oficiais brasileiras.
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