terça-feira, 12 de maio de 2009

Os 10 piores países para se ter um blog

1 - Mianmar

No país, os meios de comunicação são censurados e obedecem a rígidas determinações de controle. O acesso à internet é muito restrito - apenas 1% da população navega na web - e o governo já chegou a cortar o sinal do serviço em 2007, em resposta a protestos populares, além de monitorizar correios electrónicos e impedir usuários oponentes do governo de navegarem no ciberespaço. O mais notório internauta afectado pela retaliação no país é o blogueiro Maung Thura, conhecido como Zarganar, que cumpre sentença de 59 anos de prisão por ter divulgado imagens do ciclone Nargis, em 2008.

2 - Irão

Deliberadamente, as autoridades perseguem blogueiros que publicam críticas a líderes religiosos ou políticos no país. Como forma de controle, o governo existe que os internautas registem os seus sites no Ministério de Arte e Cultura. Muitos, porém, já foram bloqueados por funcionários públicos, ordenado por superiores para tirar do ar os blogs. Até uma promotoria especializada em temas de internet foi criada para trabalhar directamente com os serviços de inteligência para rastreamento de conteúdo. Um dos símbolos da perseguição no país é o blogueiro Omidreza Mirsayafi, que morreu na prisão em Março, misteriosamente, após ter criticado líderes religiosos.

3 - Síria

Conhecida por utilizar filtros que bloqueiam sites, a Síria também pratica a interrupção de conteúdos que se oponham às ideias do governo e das autoridades. Por causa das perseguições, a autocensura dos blogueiros é prática comum. Desde 2008, o Ministério das Comunicações determina aos proprietários de cybercafés que solicitem a identificação dos clientes, com registo de nomes e tempo de navegação, cujos dados são repassados aos órgãos controladores. Waed al-Mhana, defensor de sítios arqueológicos em risco, é um dos internautas que sofreu perseguição por ter publicado um texto que criticava a demolição de um mercado na Antiga Damasco.

4 - Cuba

Único representante das Américas, Cuba figura na lista dos piores países para os blogueiros por manter 21 jornalistas presos, que foram detidos em 2003 por enviar textos para sites do exterior por telefone ou fax. Na ilha, somente funcionários do governo e pessoas ligadas ao Partido Comunista têm acesso à internet. A população só consegue conectar-se à web em hotéis ou cybercafés controlados pelo governo. Além de o serviço de internet ser caro e monitorizado - geralmente com intervenções de bloqueios a páginas cujos conteúdos sejam considerados ofensivos ou contrários à política cubana -, os blogs que pertencem a domínios radicados fora do país também são bloqueados na ilha.

5 - Arábia Saudita

Com cerca de 400 mil sites bloqueados, incluindo os que abordam temas políticos, sociais ou religiosos - a Arábia Saudita também sofre autocensura dos blogueiros, temerosos de serem perseguidos. Na Arábia, "qualquer coisa contrária ao Estado ou ao seu sistema" é bloqueada, cita o relatório da CPJ. No país, também são aplicadas penas como açoitamento ou morte para escritores que publiquem material considerado "herético". Um dos ícones da luta contra a censura na internet no país é o blogueiro Fouad Ahmed al-Farhan, que foi encarcerado sem acusações, em 2007 e 2008, por ter promovido a libertação de prisioneiros políticos.

6 - Vietname

Desde Outubro de 2008, o Ministério da Informação e Comunicação detém uma agência para monitorizar a Internet. Embora os blogueiros tenham tentado driblar a brecha deixada pelos meios de comunicação controlados pelo Estado esforçando-se para criar uma imprensa independente, o governou aumentou a rigidez no controle da Internet e das leis nacionais para controle de conteúdo. As autoridades, inclusive, pressionaram multinacionais da área de tecnologia, como Yahoo, Google e Microsoft, para que entregassem informações sobre os blogueiros hospedados em suas plataformas.

7 - Tunísia

Advertidos em Março deste ano pelo presidente Zine El Abidine Bem Ali sobre os perigos de praticarem actividade "indecorosa" e citarem "erros do governo" nos seus textos, os blogueiros tunisianos sofrem vigilância, intimidações e sabotagens electrónicas. Até prisões, como ocorreu com os escritores online Slim Boukhdhir e Mohamed Abbou, são recorrentes no país, que regula os endereços de IP e informações que permitam identificar os blogueiros. Uma central de dados também é mantida pelo governo para filtrar as mensagens e monitorizar os e-mails da população.

8 - China

País com maior número de internautas - são cerca de 300 milhões de pessoas conectadas à web - embora tenha uma actividade digital intensa, a China vive sob um forte domínio governamental na difusão da informação. As autoridades mantêm provedores de serviços que filtram buscas, bloqueiam sites, apagam conteúdos e monitorizam os correios electrónicos, a exemplo do Escritório Nacional contra a Pornografia e as Publicações Ilegais, que bloqueou 200 milhões de sites considerados "danosos" somente em 2008. Como a imprensa dominada, os chineses souberam primeiramente do terremoto de Sichuan, em 2008, através dos blogueiros. Mas as tentativas de driblar o controle são severamente punidas, a exemplo de 24 repórteres que permanecem encarcerados.

9 - Turcomenistão

Sob o monopólio do provedor estatal de serviços de Internet, o Turkmentelecom, os acessos à Internet são facilmente bloqueados no país. Contas de e-mail no Gmail, Yahoo e Hotmail também são monitorizadas, aumentando o controle sobre os internautas. Embora o presidente Gurbanguly Berdymukhammedov tenha declarado apoio à abertura do acesso público à Internet, quando o primeiro cybercafé do país foi aberto, em 2007, soldados cercaram o lugar e os preços de navegação foram inflacionados. As autoridades também passaram a monitorizar os sites e a bloquear serviços. Uma empresa de telefones russa passou a operar no país, mas os contratos da prestadora com os clientes exigem que sejam citadas cláusulas advertindo para que o acesso a sites de conteúdo opositor ao governo sejam evitados.

10 - Egipto

O mais famoso caso de punição a um blogueiro no país é o de Abdel Karim Suleiman, conhecido virtualmente como Karim Amer. Ele cumpre pena de quatro anos de prisão por ter insultado o Islão e o presidente Hosni Mubarak. No Egipto, as autoridades bloqueiam e monitorizam actividades online regularmente e a circulação de informações dos provedores de serviços online passam pela Telecom Egito, controlada pelo Estado. De acordo com a documentação de grupos locais de liberdade de imprensa, mais de 100 blogueiros foram detidos somente em 2008 no país, muitos sem ordens judiciais e submetidos a maus-tratos e tortura, em alguns casos.

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