quarta-feira, 19 de maio de 2010

O NH90: a próxima vítima do PEC?


Uma das vítimas do PEC é – já se sabe – o sector da Defesa. Durante o dito “período áureo” do Cavaquismo e do subsequente estertor indecisório guterriano, os meios das forças armadas foram abandonados e durante quase 20 anos não ocorreram modernizações significativas. Como consequência, nos últimos anos houve necessidade de adquirir diversos equipamentos sob o risco de perder dramaticamente capacidade operacional. Uma destas modernizações seriam o fim de carreira dos helicópteros Alouette III (que servem a FAP desde a década de 60!) e a sua substituição pelos NH90 a partir de 2012. Assim, a “Unidade de Aviação Ligeira” que já viu adiado para as calendas gregas o concurso internacional por helicópteros ligeiros, arrisca-se muito seriamente a continuar sem qualquer tipo de helicóptero nos próximos dez anos.
Agora, parece certo que ou a FAP consegue o milagre de manter em voo os Alouette durante mais uns dez anos ou então, la vai Portugal perder mais um meio militar… Depois dos F-16 que estão sem horas de voo, da Marinha que cancela missões anti-pirataria na Somália e dos submarinos colados aos portos é agora a vez dos 10 NH90 serem adiados ou mesmo cancelados.
Se houver adiamento, o Estado não terá que pagar multas, se aparecer algum outro cliente dos aparelhos disposto a recebê-los em 2012, mas se este cliente providencial não aparecer, Portugal terá que pagar multas no valor de milhões de euros.
O PEC determina uma redução de 40% da Lei de Programação Militar, e como os 60% restantes não chegam para honrar todos os contratos já assinados, sendo assim mais que provável que o mais recente de todos, precisamente o dos NH90, seja o primeiro sacrificado. E é pena, porque o NH90 até será fabricado parcialmente pelas OGMA (ainda que apenas em 1,2%) com um impacto anual de 5% na facturação das Oficinas.

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