quarta-feira, 19 de maio de 2010

E se… Portugal saísse do Euro?


Se Portugal saísse do Euro isso seria efectivamente um “drama” para Portugal e para a nossa economia? Não há duvida de que ao ser uma das moedas mais fortes do mundo o euro permite importar a baixos preços e esse facto está na directa razão da galopante dívida externa portuguesa e dos crónicos défices comerciais lusos. A força cambial do euro é assim uma das fontes para as presentes dificuldades de Portugal.

O facto de Portugal usar uma das mais fortes moedas do mundo e de ter um tecido empresarial pouco competitivo, problemas de competitividade, inovação e produtividade significa que as nossas empresas são obrigadas a competir num mercado global cada vez mais desregulado e onde os nossos adversários não hesitam em recorrer à arma cambial (como no caso do muito desvalorizado yuan, a moeda chinesa) provocando a avalanche de falências e o crescendo de desemprego actual.

Se não estivéssemos colados ao euro poderíamos responder de forma rápida à crise económica, alterando o valor cambial da moeda própria que já não temos e ajustando de forma mais adequada a nossa situação periférica e as dificuldades estruturais da nossa economia aos desafios da Globalização.

Em teoria, a pertença a um espaço económico comum, delimitado pela moeda comum, deveria ser correspondida por uma rede de solidariedade capaz de compensar as economias mais fracas pelas desvantagens da integração monetária. As hesitações, a lentidão da reacção e a fraqueza da mesma demonstraram que esta Europa não tem a devida solidariedade. Perante um ataque avassalador e concertado dos Especuladores (e das agências de Rating) os países do euro não se souberam juntar em torno dos seus membros mais fracos e – bem pelo contrário – deixaram quase cair a Grécia, Irlanda, a Itália e Portugal.

Portugal tem agora uma moeda exageradamente forte, de cujo controlo prescindiu quando aderiu (graça a algumas “engenharias financeiras)… Em troca, prometeram-nos que a solidariedade europeia haveria de compensar esta perda de independência, em caso de necessidade. Ora, o que sucedeu à Grécia, as longas hesitações alemãs e uma pífia liderança barrosiana provaram-nos que esta troca foi falsa: que a Europa não só não é solidária, como não nos ajudará se precisarmos.

Perante este fracasso rotundo e aparentemente insanável da Europa só resta a Portugal uma saída: deixar o euro e recuperar a sua independência monetária.

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